Trump é um político isolacionista, em certa medida. Ele está muito preocupado com os EUA , e o lema dele é ‘America First’ [América primeiro]. Não sei se ele necessariamente vai tomar para si a tarefa de liderar uma frente de extrema direita no mundo, mas ele agrega uma camada de legitimidade e de simbolismo em torno desse movimento.
Fábio de Sá e Silva, professor associado de Estudos Internacionais e de Estudos Brasileiros na Universidade de Oklahoma (EUA)
Na Europa, o presidente eleito encontra seis possíveis aliados que ajudam a propagar ideias conservadoras e anti-imigração: Itália, Finlândia, Eslováquia, Hungria, Croácia e República Tcheca.
Todos esses países têm governantes de extrema direita, além de um ambiente fértil para o crescimento de partidos que, por enquanto, não conseguiram alcançar a maioria dos assentos nos parlamentos, como o Vox, da Espanha, o Alternativa para a Alemanha (AfD) e o Partido Reunião Nacional (RN), na França.
Rejeição à ONU e conflito no Oriente Médio
A rejeição ao fortalecimento da ONU e a programas multilaterais também entram na agenda comum desses líderes, destaca a Carolina Pedroso, professora de relações internacionais da Unifesp. Um aspecto que contrasta diretamente com a política externa promovida pelo governo Lula (PT), que defende reformas em sistemas como o Conselho de Segurança da ONU.