Lar Policia Papa comparou refugiados a Jesus e defendeu imigrantes durante todo o pontificado

Papa comparou refugiados a Jesus e defendeu imigrantes durante todo o pontificado

por admin
0 comentários
papa-comparou-refugiados-a-jesus-e-defendeu-imigrantes-durante-todo-o-pontificado

Descendente, ele próprio, de imigrantes —o pai era italiano, e a mãe é da segunda geração de uma família que migrou da Itália para a Argentina—, Jorge Mario Bergoglio deu demonstrações públicas de comprometimento com o tema do início ao fim de seu pontificado.

Em julho de 2013, quatro meses depois de assumir o comando da Santa Sé, Francisco escolheu como destino de sua primeira viagem fora de Roma a ilha italiana de Lampedusa, um dos principais pontos de entrada de imigrantes vindos da África para a Europa. Na visita, pediu mais compreensão com as pessoas que arriscam suas vidas no mar Mediterrâneo e rezou pelos que não resistiram à travessia.

Em seus 12 anos como líder da Igreja Católica, Francisco voltou ao tema muitas outras vezes, com um discurso que pregava não só a piedade em relação àqueles que fogem de conflitos e da pobreza, mas a abertura às riquezas que podem vir desse contato.

Uma das cenas que mais repercutiram, por seu simbolismo, foi a imagem do papa lavando os pés de 12 homens e mulheres acolhidos em um centro para solicitantes de asilo perto de Roma, em 2016.

No mesmo ano, o líder católico visitou a ilha grega de Lesbos, à qual chegavam diariamente milhares de sírios fugidos da guerra civil, afirmou que “somos todos migrantes” e levou 12 refugiados com ele para Roma.

Lá Fora

Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo

Francisco sustentou esse discurso mesmo em meio ao aumento das tensões migratórias e à visão mais crítica sobre o tema que foi se formando na opinião pública europeia, influenciada por incidentes em alguns países e pela ascensão da extrema direita no continente.

Mais de uma vez, chamou o Mediterrâneo de “maior cemitério da Europa”, devido aos naufrágios na rota mais letal do mundo, que deixaram mais de 31 mil mortos e desaparecidos desde 2013.

Ele também costumava comparar as pessoas em situação de deslocamento forçado a Jesus Cristo. Em 2020, escolheu, para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, o tema “Forçados, como Jesus Cristo, a fugir”.

Em seus últimos meses de vida, o pontífice fez duras críticas às políticas migratórias do presidente dos EUA, Donald Trump. Em janeiro de 2025, na véspera da posse do republicano, Francisco afirmou que os planos de deportação em massa anunciados pelo americano seriam uma vergonha caso se concretizassem.

Em fevereiro, poucos dias antes de ser hospitalizado, escreveu uma carta aberta aos bispos dos EUA dizendo que o tratamento dado por Trump aos imigrantes fere sua dignidade, negando que a doutrina católica justificasse políticas restritivas, como havia dito o vice-presidente americano, J. D. Vance.

Foi com Vance a última reunião de Francisco, neste domingo de Páscoa (20). Segundo o Vaticano, os dois trocaram opiniões sobre a situação internacional, “especialmente em relação aos países afetados por guerras, tensões políticas e situações humanitárias difíceis, com atenção especial aos migrantes, refugiados e prisioneiros”.

Também no domingo, no último sermão de sua vida, o papa afirmou que a esperança trazida pela Páscoa não é alienante, mas responsabilizadora, e citou o “desprezo que se sente por vezes em relação aos mais fracos, marginalizados e migrantes”. “Neste dia, gostaria de que voltássemos a ter esperança e confiança nos outros, mesmo naqueles que não nos são próximos ou que vêm de terras distantes com usos, modos de vida, ideias e costumes diferentes dos que nos são familiares, porque somos todos filhos de Deus.”

Postagens relacionadas

Quem Somos

Somos um dos maiores portais de noticias de toda nossa região, estamos focados em levar as melhores noticias até você, para que fique sempre atualizado com os acontecimentos do momento.

Portal News Noticias @2025 – Todos direitos reservados.