Eu não acho que, a essa altura do campeonato, o ministro Fux vá abrir divergência para essa personagem especificamente. Se eu tivesse que apostar, e acabei de ouvir a notícia, né? Portanto, é uma reflexão muito rápida, é para uma que… nós sabemos que o Supremo está reforçando a segurança, há uma tensão natural pelo dia amanhã. Eu acho que esse pedido de vista é para distensionar um pouco e tentar garantir amanhã o dia mais tranquilo possível.
Não dá para tensionar mais ainda. Eu acho que o ministro Fux sinaliza uma coisa de ‘olha, então vocês estão fazendo um brulho aí que esse caso é particularmente injusto… está bem. Vou olhar com calma, vou olhar com parcimônia, para não dizer que nós estamos repetindo as decisões, que é tudo Ctrl+C e Ctrl+V, então eu vou olhar com calma’.
Não acho que tensione mais não. Se ele abrir uma divergência e quiser agora revirar, enfim, aí a gente pode ter um elemento novo, porque agora, até aqui, o tribunal tem conseguido de maneira bastante consistente, o ministro Aleixo prevalecendo nas suas decisões. Jurista Davi Tangerino, professor de Direito Penal
Nunes Marques também adiou julgamento de Zambelli
O ministro Nunes Marques também suspendeu a votação do caso da deputada Carla Zambelli (PL-SP). O placar era de 4 a 0 para condenar a deputada a 5 anos e 3 meses de prisão por perseguição armada. Em 2022, às vésperas do segundo turno da eleição, ela perseguiu o jornalista Luan Araújo com uma arma empunhada por cerca de cem metros em ruas na região central de São Paulo.
O movimento dos ministros acontece um dia antes do início do julgamento de Jair Bolsonaro.
Amanhã, a Primeira Turma começa a julgar a denúncia contra o ex-presidente e seis aliados: os ex-ministros Augusto Heleno (GSI), Braga Netto (Casa Civil), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa) e Anderson Torres (Justiça), o ex-comandante da Marinha Almir Garnier e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que à época era diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).