A tensão entre Índia e Paquistão voltou a crescer nesta semana, após um ataque a tiros contra turistas em Pahalgam, na Caxemira indiana, que deixou 26 mortos na última terça-feira (22). O episódio reacendeu o histórico de desentendimentos entre os dois países, ambos detentores de armas nucleares, e resultou em medidas diplomáticas e sanções bilaterais. O governo indiano atribuiu o atentado a grupos terroristas com suposto apoio do Paquistão, embora não tenha apresentado provas nem tenha identificado publicamente os autores. Nova Délhi anunciou a suspensão de um tratado de compartilhamento de água firmado na década de 1960, o fechamento do principal posto de fronteira terrestre e a redução do corpo diplomático paquistanês em seu território.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, discutiu o tema em reunião de gabinete, enquanto o ministro da Defesa, Rajnath Singh, afirmou que a Índia manterá “tolerância zero com o terrorismo” e sinalizou possíveis ações militares contra os responsáveis. “Não vamos apenas atrás dos executores, mas também de quem conspirou nos bastidores”, disse.
Do lado paquistanês, o governo rejeitou as acusações e afirmou que não há evidências que vinculem o país ao ataque. O ministro da Defesa, Khawaja Asif, responsabilizou “elementos internos da Índia” pela ação e disse que o Paquistão “não cederá à pressão internacional”. Em retaliação, Islamabad suspendeu todos os vistos emitidos para cidadãos indianos — com exceção dos religiosos sikh — e determinou a saída os nacionais do país vizinho em território paquistanês em até 48 horas. O espaço aéreo foi fechado para companhias aéreas indianas, e o governo prometeu responder com firmeza a qualquer ameaça à sua soberania.
O atentado ocorreu em uma área turística a cerca de 90 km de Srinagar, na região da Caxemira, dividida entre Índia e Paquistão desde 1947, quando o Reino Unido concedeu independência às ex-colônias. A área é historicamente disputada e frequentemente palco de confrontos entre os dois países. A nova escalada de tensão reacende temores de um possível conflito mais amplo.
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